Dia 11-02-2008 Destino Liverpool.
- Preparativo da viagem
Pela primeira vez voo na Ryanair. O quê já devem estar vocês a dizer. Pois é, depois de centenas de viagens nos últimos anos ainda não tinha experimentado a maior das low costs.
Primeiras impressões, pela primeira vez vi as entranhas do aeroporto Francisco Sá Carneiro (FSC) ao vivo, nada como ir com as malas da gare até ao avião, já tinha feito isto em vários aeroportos, mas era primeira vez no FSC.
Já se está a ver as low cost não se podem dar ao luxo de ter uma manga e o autocarro só serve para atrasar o “Boarding” além disso no FSC a passagem da imigração fica no piso de baixo (já daqui se tira a ilação do tipo de modelo de aeroporto pensado para o FSC).
Foi aqui que tive uma a ideia brilhante que estou a considerar apresentar à Boeing e Airbus para a criação de um modelo específico de avião destinado às low cost. Pensei porque não colocar as pessoas ainda no terminal nuns assentos tipo aqueles usados nos carrinhos das montanhas russas constituídos por módulos de 10 filas com 3 cadeiras por fila. Estes módulos seriam depois introduzidos no interior do avião pela cauda, isto optimizaria decerto o embarque e desembarque de passageiros, e evitaria a necessidade dos nazis (comissários de bordo que a Ryainair emprega) que com um megafone vão dando ordens para que os passageiros se sentem o mais depressa possível no primeiro lugar vago que encontrem. Há uns dias atrás um jornal Inglês, que agora não me recordo, publicava um artigo sobre “cattle Transportation”, revi-me nesse artigo.
A viagem começava bem, os “priority” passes tinham dado resultado e o avião já voava sobre o Norte desordenado de Portugal.
Estava eu bem sentado a tentar encontrar a melhor posição para pôr o sono em dia no moderno Boeing da Ryanair, quando sou sobressaltado pelo Nazi de serviço que pegando de novo no megafone, começou a apregoar todo um rol de produtos que a Ryanair coloca à disposição dos passageiros, incluindo mesmo a venda de espaço publicitário no avião. É neste momento que dava jeito o rei Juan Carlos para lhe dizer “Porque não te calas”. Entretanto o mesmo catálogo ia sendo distribuído pela companheira de armas do general nazi. Hora de ir buscar os meus “phones” e colocá-los no volume máximo... antes ficar surdo ao som de Hôtel Costes, Vol. 10.
A meio da viagem e estando a necessitar de repôr energias lá optei por comprar um croissant. Má ideia aquilo parecia estar morto há pelo menos 4 dias, ainda me lembrei de pedir factura e o livro de reclamações, mas nas circunstancias em causa o melhor era trincar o dito croissant e sorrir, porquanto fossem resistindo os dentes à investida no croissant de pedra, que a 10000 metros e sem pára-quedas é melhor não arranjar chatices.
Tempo para por os olhos na minha Economist, já que dormir estava fora de questão, quando dou por mim tenho o ajudante do nazi ao meu lado a perguntar se quero comprar a raspadinha da sorte da Ryanair, naquele momento o único prémio que queria ganhar era o término rápido da viagem.
Londres à vista (ou melhor o aeroporto de Stansted, que consegue ficar ainda mais longe de Londres do que o novo de Alcochete dista de Lisboa)
Belo dia à vista, isto promete…aterragem em 10 segundos, prummm ptãoooo ptãooo. É lá… há muito tempo que não tinha uma aterragem destas por momentos fez-me lembrar uma aterragem de um monomotor que há uns anos eu e um grupo de malucos aluguamos na África do Sul, e em que em plena descolagem e na altura em que o piloto puxava a manche do avião para trás, o assento deste partiu-se e nessa altura o piloto teve a feliz ideia de largar a manche. Consequência mergulho do avião na pista.
Hoje e após mais um vôo com pilotos britânicos, neste caso da BA descubro que afinal este é o modo de aterrar dos pilotos ingleses, tentam aterrar um avião como de um helicóptero se tratasse, primeiro na vertical e depois um segundo saltinho para prosseguir na horizontal. Concluo que todos eles devem ter passado pela RAF, e que essa forma de aterrar deve ter sido apreendida com a pilotagem dos aviões de combate Harrier que podem levantar e aterrar na vertical.
No fim de tudo tenho é que agradecer à Ryanair pela gloriosa viagem, sempre dá para escrever qualquer coisa, caso contrário não havia nada a dizer. No momento que escrevo estas linhas vôo na TAP sobre a França e não tenho assunto a escrever a não ser que me safei de mais uma low cost por causa do belo temporal que assolou LX hoje de madrugada e manhã e que me levou a ficar 2 horas e meia, parado no trânsito.
Bem siga para Liverpool, temos “road trip ahead”.
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